O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas (Sindmetal), Valdemir Santana, preocupado com o aumento no número de doenças ocupacionais dos trabalhadores das empresas do Polo Industrial de Manaus (PIM), está pedindo que as secretarias de Trabalho e de Saúde criem um sistema para fiscalizar os novos postos de trabalho que estão sendo implantados nas empresas do PIM.
Segundo Santana, essa ação é extremamente necessária para avaliar os riscos dos trabalhadores em obterem alguma doença ocupacional no futuro. “Hoje existe uma fiscalização preocupada apenas em proteger o patrimônio físico das empresas. Mas esquecem o patrimônio maior da empresa, os trabalhadores, que estão sendo usados como cobaia nas novas linhas de produção”, desabafou o presidente.
De acordo com os dados do INSS, o número de trabalhadores que ficaram mutilados durante a atividade laboral aumentou no Amazonas. Em comparação com o ano passado, o primeiro trimestre de 2015 registrou um crescimento de 57,15% nos casos de empregados que sofreram mutilações. Até março deste ano, em cerca de 73% dos casos verificados, os trabalhadores tiveram que amputar o dedo.
Além da amputação, outro caso bastante comum registrado nas empresas do Amazonas, nesse mesmo período, é o de esmagamento dos dedos. O número de trabalhadores que tiveram esses membros das mãos esmagados subiu 300% em relação aos três primeiros meses de 2014.
“Nós queremos também maior compromisso das empresas no que diz respeito à saúde dos trabalhadores. É nesse sentido que o sindicato está trabalhando. Nós queremos o compromisso dos empresários e dos órgãos competentes com a redução das doenças ocupacionais e dos acidentes de trabalho”, concluiu Santana.
