Engana-se quem acredita que as manifestações do último domingo foram somente contra Dilma, Lula e o PT. Os alvos da ferocidade da elite brasileira, por trás de mobilizações forjadas com apoio da CIA e financiadas pelos tucanos, são os direitos sociais e trabalhistas e os recursos destinados aos programas sociais.
A “Agenda Brasil”, apresentada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, como saída para a crise institucional e política não está tão distante do que vem sendo pautado pela Câmara e defendida com unhas e dentes pelo presidente Eduardo Cunha.
Dentre as propostas da “Agenda…” se destacam algumas que, por coincidência, estavam entre os pontos principais da plataforma eleitoral que deu vitória a Eduardo Cunha, consolidando a cara ultra conservadora da Câmara Federal.
Enquanto no parlamento avançam as iniciativas para expurgar direitos trabalhistas e as garantias sociais constitucionais, em outras frentes a batalha é contra os programas oficiais de erradicação da pobreza. Pelos meios de comunicação e redes sociais se difundem todo tipo de preconceito contra esses programas que já tiraram milhões de pessoas da pobreza e devolveram dignidade a famílias que até poucos anos atrás eram excluídas e marginalizadas. Dá para entender, então, porque tanta raiva contra o governo de Dilma: alguns bilhões de reais do orçamento estão sendo empregados para benefício da população mais pobre e, numa época de crise, em que os ricos ganham um pouco menos (pois são os únicos que ganham!), esse dinheiro faz falta nas contas da elite.
As manifestações do final de semana, portanto, fazem parte de uma ampla articulação conservadora para derrubar Dilma e queimar Lula e o PT. Mas vão além disso: são parte da trama para dar aparência de legitimidade ao golpe político e social.
No próximo dia 20 será a vez dos movimentos sociais tomarem as ruas. Além de defender a preservação da ordem democrática, os direitos e conquistas sociais, é preciso também marcar posição e cobrar coerência e transparência de deputados e senadores e, principalmente, desbaratar a teia golpista da qual muitos fazem parte.
Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas, por J. Rosha