Além de não ter uma proposta de política para fazer a economia crescer o governo de Jair Bolsonaro tem submetido o povo e os trabalhadores a um arrocho implacável. A peça mais recente do seu elenco de maldades é o reajuste do salário mínimo, que está será de R$ 1.067,00 a partir de janeiro de 2021.
Na proposta do orçamento para 2021 apresentado pelo Executivo está previsto apenas R$ 22 de aumento no salário mínimo com pagamento a partir de fevereiro.
Essa proposta equivale a uma redução de R$ 12 na comparação com os R$ 1.079,00 que havia sido inicialmente proposto em abril passado e é projetado sobre um patamar inflacionário em torno de 2,09%.
Que inflação baixa é essa que impede os trabalhadores de consumirem carne pelo alto preço que custa hoje? Que inflação bai é essa que não leva em conta os aumentos dos preços da farinha, do arroz e do feijão, alimentos básicos dos brasileiros?
É importante que todos saibam que o baixo índice da inflação decorre da recessão em que o país voltou a cair. A queda no PIB levantada pelo IBGE no terceiro trimestre é de 7,9%. O Brasil está tecnicamente em recessão. Os trabalhadores não têm dinheiro para consumir e os comerciantes não tem o que vender.
Bolsonaro não teve capacidade, em quase dois anos, de apresentar propostas para melhorar a economia e se comportou de forma irresponsável nesse período de pandemia agravando ainda mais a situação do povo brasileiro.
Vale a pena lembrar que o governo do presidente Lula fortaleceu o salário mínimo garantindo aumento real ao aplicar no reajuste o índice da inflação mais o índice do crescimento do Produto Interno Bruto. Temer e Bolsonaro acabaram com o ganho real do mínimo.
Os R$ 22,00 de reajuste estão muito aquém do que os trabalhadores merecem, pois enquanto tira do salário mínimo Bolsonaro alimenta os bancos e outros setores empresariais com bilhões de reais que resolveriam parte dos problemas atuais.
Valdemir Santana
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos e da Central Única dos Trabalhadores (CUT)