Trabalhadores querem sua pauta no centro do debate da política industrial

Foto: J. Rosha

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Mais de 100 trabalhadores estão participando do Encontro Estadual do Macrossetor da Indústria da CUT no Amazonas. O evento, que começou nesta quinta-feira (24) e acontece em Manaus, é organizado pela CUT e suas cinco confederações de trabalhadores na indústria, em parceria com as entidades sindicais do Estado.

O encontro segue até esta sexta-feira (25) discutindo demandas comuns dos mais de 180 mil trabalhadores e trabalhadoras do ramo no Amazonas e como viabilizar o Macrossetor da Indústria da CUT (MSI) no estado. O debate é subsidiado por meio de painéis com lideranças sindicais, representação da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) e técnicos do Dieese.

A partir dos relatos dos participantes, constatou-se que – apesar de haver uma política industrial específica para a região desde a criação da Zona Franca de Manaus, em 1967, e do estado ter um polo dinâmico e vigoroso – os problemas enfrentados pelos trabalhadores das cinco categorias do MSI são os mesmos que os do restante do país: alta rotatividade, terceirização predatória e incidência significativa de doenças profissionais, sem falar na dificuldade de se garantir o direito de organização no local de trabalho.

A mesa de abertura contou com a presença do presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, e dos presidentes da CUT do Amazonas, Valdemir Santana, e da CUT do Rio Grande do Sul, Claudir Nespolo. Na sequência, foi a vez dos representantes da coordenação do MSI: os presidentes da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM/CUT), Paulo Cayres, e da Confederação Nacional dos Químicos (CNQ/CUT), Lu Varjão, do secretário de política sindical da Confederação dos Trabalhadores na Alimentação (Contac), Nelson Morelli, e do secretário de Organização da Confederação dos Trabalhadores na Construção (Conticom),  Benony Mamede.

Foto: J. Rosha

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O presidente da CUT/AM, Valdemir Santana, lembrou que apesar de o país viver uma situação de pleno emprego, o tipo de emprego existente não é de qualidade. “Nós continuamos a ser cobaias das indústrias e seus métodos produtivos. Aqui no Amazonas, as doenças profissionais são uma prova concreta disso. O volume de trabalhadores afastados por este motivo é imenso e nós temos de agir para acabar com isso”, afirmou Valdemir, que também preside o Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas (Sindmetal).

O sindicalista defendeu que a CUT e o MSI devem brigar por contrapartidas trabalhistas nas concessões de incentivos públicos ao ramo industrial. “Queremos que as empresas produzam de fato, que não sejam só maquiladoras (montadoras de produtos). Mas queremos emprego de qualidade e jornada de trabalho decente para contribuir com a redução das doenças profissionais”, completou.

Na sequência, o representante da Suframa, Adilson Vieira, apresentou um histórico da Zona Franca de Manaus e a sua importância para o estado. Ele avaliou que é preciso que os trabalhadores participem mais dos debates sobre os critérios do desenvolvimento regional e industrial da Zona Franca, lembrando que os empresários pressionam (e muito) o governo. “Os trabalhadores também devem fazer isso, até mais do que os empresários”, disse.

No período da tarde, o economista André Cardoso, da Subseção do Dieese da CNM/CUT, falou sobre o Plano Brasil Maior (a política industrial do governo federal), trazendo um histórico sobre a evolução histórica do ramo industrial nacional e os resultados das medidas de desoneração e incentivos fiscais na produção e emprego industrial. Ele apresentou ainda um rápido levantamento sobre o perfil das cinco categorias do Macrossetor no Amazonas. “Também no Amazonas, as mulheres ganham menos que os homens; em média seus salários são 27,1% menores que dos homens nas cinco categorias”, mostrou, lembrando que a realidade nacional é reproduzida no estado.

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Fonte: CNM/CUT, por Solange do Espírito Santo

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