Violência nossa de cada dia

Nos Estados Unidos da América a morte de um trabalhador negro por um policial desencadeou uma série de eventos sociais e políticos que aponta para uma mudança significativa nas eleições que acontecerão em novembro próximo naquele País. No Brasil, ao contrário, a violência por parte de agentes públicos e particulares segue um curso cada vez mais tenebroso, alimentado pela sanha belicosa da sua principal autoridade.

Recentemente, circulou pelas redes sociais um vídeo mostrando dois policiais militares dando uma gravata e sufocando um entregador. O fato aconteceu no dia 14, na Avenida Rebouças, em Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo.

Ainda na capital paulista, outro recente caso envolvendo agressão policial. Desta vez envolvia uma mulher e foi amplamente divulgado pela internet. No último dia 13,  a dona de um bar em Parelheiros, na zona sul da cidade de São Paulo, teve a perna quebrada e o pescoço pisado por um policial militar. A vítima era uma mulher negra.

Mais próximos de nós, no Amazonas, pesquisa feita pelo Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (USP) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostraram que os casos de feminicídio no Amazonas subiram 200% entre os anos de 2018 e 2019. No período de pico da pandemia, nos meses de março e abril, o registro de violência doméstica também aumentou consideravelmente.

O caso acontecido com George Floyd em maio passado nos EUA repercutiu em vários países. Desde aquele acontecimento em várias cidades americanas acontecem atos contra o racismo que estão afetando até a candidatura à reeleição do atual presidente, Donald Trump. Em Bristol, na Inglaterra, populares jogaram no rio a estátua de um mercador de escravos, cena repetida em outros países. Esses acontecimentos têm força simbólica e política muito grande pois apontam que as elites dominantes e de parte considerável da população caminham em direção opostos.

No Brasil também houve manifestações inspiradas pelo martírio de George Floyd. As torcidas organizadas de vários clubes conduziram protestos contra o fascismo e o racismo no Brasil em pleno período da pandemia.

Mas ainda paira um clima de letargia diante de tantos casos de violência policial. Os meios de comunicação, por meio de programas policialescos, acomodam parte da população e até estimulam o ódio contra a população mais pobre. Os “paladinos” da justiça nunca vão atrás dos grandes traficantes ou dos responsáveis pelos maiores roubos e escândalos de corrupção. Vão apenas atrás dos marginais que cometem pequenos delitos e os transformam em criminosos hediondos, digo, por isso, de linchamento de toda ordem: moral, psicológico ou físico. São meios que jogam pobres contra pobres e deixam escapar os verdadeiros culpados pelas desigualdades e pobreza.

Apesar desse cenário letárgico somos movidos pela esperança. Não há dor que dure para sempre. A História nos mostra que há sempre aqueles momentos em que o povo todo acorda e vê a realidade de forma mais clara.

J.Rosha

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