A Diretoria eleita pelo Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas no último dia 9, terá como desafios principais a defesa do modelo Zona Franca de Manaus e a garantia dos benefícios econômicos e sociais hoje assegurados pela Convenção Coletiva de Trabalho. Esse é o caminho apontado por Valdemir Santana, mais uma vez à frente da entidade com apoio de mais de 90% (noventa por cento) dos trabalhadores e trabalhadoras que participaram do pleito.

A diretoria foi renovada em mais de 40% (quarenta por cento). Os dirigentes eleitos consideram que o resultado reflete o bom desempenho do Sindicato dos Metalúrgicos nas negociações com os empresários. Nos últimos quatro anos os reajustes salariais ficaram sempre acima da inflação com um ganho real em média de dois por cento.

Além disso, foram celebrados acordos de pagamento de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) que, na média geral, assegurou um ganho extra de um salário para a maioria dos trabalhadores e trabalhadoras além de injetar, anualmente, em torno de R$ 200 milhões na economia local.

Além do ganho econômico,  os trabalhadores das indústrias metalúrgicas e eletroeletrônicas tem garantido em Convenção Coletiva benefícios como plano de saúde, auxílio creche, transporte e alimentação a preços simbólicos.

“Por causa da política econômica dos governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro perdemos muitos empregos. Não há um cenário favorável a curto para recuperar as vagas perdidas, mas nós estamos sempre buscando, junto aos empresários, meios para ampliar os empregos no Polo Industrial de Manaus”, diz Valdemir Santana.

O presidente reeleito dos Metalúrgicos destaca que terá pela frente muito embate para evitar o desmonte do modelo Zona Franca de Manaus. “Depois de termos a prorrogação dos incentivos por mais 60 anos nos governos do PT estamos vendo que, aos poucos, o Governo Federal vai engessando e inviabilizando esse modelo. Nós estaremos ao lado dos empresários e de todos aqueles que defendem a permanência dos incentivos. Também esperamos que esse modelo seja a base para indústrias de produtos regionais. Temos um grande potencial que pode ir além do extrativismo”, diz Santana.

 

DIREITOS

 

Outra preocupação dos dirigentes sindicais é a garantia dos direitos. Com a mudança da legislação trabalhista, que extinguiu grande parte dos direitos assegurados na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o governo adotou a fórmula que privilegia o negociado sobre o legislado. A direção do Sindicato dos Metalúrgicos tem mantido as conquistas da Convenção Coletiva de Trabalho nas negociações ocorridas após 2017, ano da vigência da Reforma Trabalhista.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos destaca, ainda, que não há outra forma de assegurar direitos se não for com a Convenção Coletiva. “Muitos trabalhadores pensam que esses direitos são dados pelas empresas. Mas isso é uma ilusão. Se pudessem as empresas tirariam todos os direitos. Para fazer com que a CCT seja cumprida e respeitada muitas vezes temos que “judicializar”, explica Santana. Mesmo com todos os ataques sofridos pelos sindicatos eles ainda são a única esperança do trabalhador tem algum ganho significativo.

“Vamos ter muitos embates com os sindicatos patronais, mas sempre privilegiamos o diálogo. Graças a essa forma de conduzir as negociações temos avançado e penso que podemos manter o que já conquistamos”, avalia Santana acrescentando que todos os diretores estão muito gratos aos sócios que votaram e aprovaram a chapa vitoriosa.