


A dívida de 1 bilhão e 81 milhões de reais junto ao banco Safra e um bloqueio de R$ 280 milhões de capital de giro feito pela instituição financeira, obrigou a empresa de componentes H. Buster, colocar em atraso o pagamento de mais de 1.200 trabalhadores da sua linha de produção.
Tendo que dar uma resposta aos trabalhadores e cansados de tanto esperar a solução que não veio, o presidente do Sindicato do Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas, Valdemir Santana e toda a sua diretoria convidaram os trabalhadores para uma reunião nessa última quarta feira, 17, no auditório sede da Avenida Duque de Caxias, Praça 14, para definir estratégias, que possam pressionar a empresa a cumprir o calendário de pagamento dos salários e o vale quinzenal dos seus funcionários.
O Sindicato conseguiu quase 100% de frequência e decidiu com a aprovação dos trabalhadores, através do seu advogado, Luiz Fernando, entrar com ação judicial coletiva para garantir o dinheiro dos salários e, também, evitar que a empresa declare falência. Em outra ação, quer obrigar a instituição financeira a devolver para a conta da H. Buster algo em torno de R$ 400 mil, destinado ao pagamento de pessoal.
Nesse imbróglio, estão centenas de pais de famílias, muitos deles não tendo mais como pagar os aluguéis e, até, alimentar os seus filhos. Os seus salários estão atrasados desde a primeira quinzena de março. Desde então, a empresa vem protelando as datas de pagamento, além de mandar para casa de licença remunerada, 900 trabalhadores e trabalhadoras dos 1.200 de sua folha de pagamento.
De acordo com o advogado do Sindicato, para os juízes, a prioridade de pagamento são dívidas alimentares (salários). No caso de falência da empresa, quem recebe por último, são os bancos, credores, fornecedores, jamais os trabalhadores assalariados. No caso atual da H. Buster, há a possibilidade de transferência dos ativos da empresa para um comprador, já em andamento. Portanto há, também, o interesse da empresa em regularizar a situação dos trabalhadores, para que ela possa entregar a fábrica sem baixa dos postos de trabalho. “Nenhum grupo compra uma empresa com uma dívida desse tamanho, sem que ela esteja funcionando”, destaca Luiz Fernando.
Na próxima terça feira, os trabalhadores com as letras iniciais “A, B, C, D e E”, voltam ao Sindicato para darem entrada na ação coletiva com vistas ao recebimento dos direitos trabalhistas.